domingo, 25 de setembro de 2016

Ruy Gomes da Silva, um ribatejano universal

Ruy Gomes da Silva e a mulher, a Princesa de Éboli
Filipe II, o homem mais poderoso do seu tempo, nada fazia sem ele. Ruy Gomes da Silva, nascido na Chamusca a 27 de Outubro de 1516, foi um dos homens chave da Península Ibérica do século XVI. Levado em tenra idade para Espanha, integrado na comitiva que acompanhou a Princesa Isabel ao casamento com Carlos V e à coroa imperial, Ruy viria a assumir um papel determinante na política ibérica quando o filho de Isabel, Filipe, ascendeu à dignidade real. 
Casado com uma "Grande de Espanha", a Princesa de Éboli, tornou-se Duque de Pastrana e fez desta cidade castelhana um centro económico e cultural, em que imperava a tolerância étnica numa época em que a Inquisição era pouco favorável a tais "aberturas". Ruy Gomes da Silva morreu em julho de 1573, deixando inconsolável a viúva e o monarca, que não voltou a encontrar conselheiro tão fiel e avisado. O quinto centenário do seu nascimento será agora celebrado conjuntamente por Pastrana e pela Chamusca, como convém a uma personagem que teve o tamanho da Ibéria.
Filipe II

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Dom Quixote para leitores japoneses



Koshiro Matsumoto conhece de cor os desejos que moram no coração de Dom Quixote e seu fiel escudeiro, Sancho Pança. Este actor japonês, formado no teatro kabuki, já protagonizou mais de 1200 vezes, ao longo de 40 anos, o musical O Homem de La Mancha.

Tal proeza parece indicar bem o interesse dos japoneses pela obra-prima de Miguel de Cervantes. Na verdade, estima-se que, desde 1989, se publique no Japão uma nova tradução (vertida directamente do espanhol) a cada sete anos. Esta média vai melhorar nos próximos meses já que em dezembro se publicará uma nova edição, assinada pelo hispanista Fumiaky Nova. No próximo ano, será a vez de outro especialista em Cervantes, Hagima Okumura, publicar uma nova tradução, por si firmada. As seiscentistas aventuras do Cavaleiro dito da Triste Figura são actualmente acompanhadas por estudantes das 14 universidades japonesas com departamentos de língua e cultura espanhola. 
De recordar que a primeira tradução de Dom Quixote (ainda a partir do Inglês) surgiu apenas no século XIX, quando o Japão iniciou uma aproximação cultural a Ocidente, depois de dois séculos de encerramento quase total.


Quijote para lectores japoneses

Koshiro Matsumoto conoce bien los deseos de corazón de Don Quijote y su fiel escudero, Sancho Panza. Este actor japonés, formado en el teatro kabuki, ya estrelló más de 1.200 veces el musical El Hombre de La Mancha.
Tal record parece indicar así el interés que la obra maestra japonesa de Miguel de Cervantes despierta en Japón. Se estima que, desde 1989, se publicó en Japón una nueva traducción (directamente de español) cada siete años. Este promedio mejorará en los próximos meses ya que en diciembre se publicara una nueva edición, firmada por el hispanista Nueva Fumiaky. En 2017  será el turno de otro experto en Cervantes, Hagima Okumura, publicar una nueva traducción por sí mismo firmada. Las aventuras del Caballero de la Triste Figura del siglo XVII son lidas por estudiantes de 14 universidades japonesas que tienen departamentos de lengua y cultura española.
De notar que la primera traducción del Quijote (a partir de una tradución Inglesa) apareció sólo en el siglo XIX, cuando Japón comenzó un enfoque cultural al Occidente, después de dos siglos de aislamiento casi total.